O poeta, todo mundo sabe, é incendiário.
Põe fogo no rabo do gato e atiça a discussão.
Alimenta-se da cizânia numa espécie de ração.
E de idéias inventivas e contrárias é doutrinário.
Por exemplo, jamais aceitaria ser celibatário.
Mesmo sabendo que a mulher fala sem razão.
Ele compensa mijando também sem por a mão.
E com isso arregimenta outros correligionários.
Dos amigos artistas é um concessionário
Com o trabalho deles faz um grande alarde.
E das artes alheias é um feliz discotecário.
Mas é assim mesmo, embora muito tarde
Que o poeta se mostra o fiel depositário
Do fogo que no coração de outros arde.
Thursday, August 02, 2007
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