Monday, July 26, 2010

O Cacto

O amor tem essa paixão louca de ser o que ele é.
Por mais que se tente não se consegue explicar.
É um sentimento químico. Biológico, como a fé.
Dá prazer, faz sofrer. Mas tem tempo para acabar.

Não existe o amor para sempre que se quer acreditar.
É a promessa no futuro e a eternidade no passado.
É preciso ter cuidado com seu potencial para machucar.
É na medida em que nos amamos que se pode ser amado.

O meu amor é um cacto que floresce em solo árido.
Solitário na imensidão do deserto, cheio de espinhos.
Uma única flor minimalista vibra vermelho no ar cálido.

Quem sabe evitar a pele grossa e os estigmas eriçados
Alcança um coração tenro, pronto para saciar desejos.
Nutrido em raízes profundas, sem a sombra do passado.

Wednesday, July 07, 2010

Julho

Mês que Julio César resolveu encompridar.
Achando-se um deus, determinou que fosse maior.
Para isso foi preciso o mês de fevereiro encurtar.
Julho é inverno, a estação que eu considero a pior.

Mês de férias para escolares e políticos idiotas.
Idiota em grego, oposição ao homem de Estado.
Apenas com o dinheiro e o poder preocupado.
Culpa nossa que elegemos esses antipatriotas.

O friozinho convida para uma sopa e um vinho
Um filme, edredom e o vidro da janela embaçado.
A mulher amada atenciosa, fazendo carinho...

A casa aquecida, o quarto levemente perfumado.
Nessas horas vejo o tempo que perdi sozinho...
Tomara que amanhã eu ainda esteja apaixonado.