Friday, May 30, 2008

Fotos Antigas

É solitário rever fotos antigas...
Fatos que foram vividos, que você revê agora,
E que nunca mais vão mudar.
As fotos se transformam em universos paralelos.
Um passado permanente viajando no tempo...
Nostalgia que causa uma solidão funda dentro da alma.

Não conheço a solidão por viver sozinho...mas por existir.

Mas a vida é repleta de fotos não tiradas, de filmes não realizados.
Lembranças do adiado...do não feito...do não vivido...
Momentos únicos no universo que nunca mais vão ocorrer de novo.
E este passado esquecido é a matéria da qual é feita a solidão especial, química:
Um poço escuro e profundo feito de silêncios acumulados.
Que não dá pra resolver com cachaça.

Thursday, May 29, 2008

Reflexão LXVI (a inteligência)

A inteligência feminina é muito especial, mais delicada.
Por isso, mais intensa e penetrante, mais intrincada.
Nunca analisa de maneira rasa, simples ou mesmo linear.
Vê por todos os lados e outros que a criatividade inventar.

É uma inteligência que até aceita ser enganada
Porque é estratégico que assim seja, não se engane.
E porque a mulher pensa assim, é privilegiada
Sabe de tudo, entende direito e quer que se dane,

Quem não entende o sentido inverso de seus nãos,
Os “nadas” que significam absolutamente “tudo”.
Na eloqüência de seu olhar, um texto forte e mudo.

A inteligência que sabe explicar por um gesto de mão,
Uma reticência, um silêncio, um brilho novo no olhar,
Dando novo sentido aos desdobramentos do verbo amar.

Monday, May 26, 2008

Reflexão LXV (a bunda)

Tanto já se falou dela que é redundância falar mais...
Tanto já se expôs, mostrou, fotografou e ainda assim,
Arrasta olhares nas ruas, causa furor, nunca é demais.
É a famosa preferência nacional, a desejada sem fim.

Textos, poesias e tratados foram por ela inspirados.
Da propaganda de cerveja, até pornôs especializados.
Fonte de fama e riqueza das celebridades emergentes
Vão se substituindo umas por outras mais recentes...

Mulher bonita, de bunda bonita, sendo esperta, fica rica.
Mesmo a mulher sendo feia, boa de bunda, é Raimunda.
Quem vê cara não vê bunda e vice-versa, diz a rubrica.

Nenhum apelido nomeia com propriedade esse atributo.
Sequer compêndios de anatomia explicam a dupla rotunda.
Dela resumiu Drummond “a bunda é a bunda, redunda”.

Tuesday, May 20, 2008

Reflexão LXIV (as orelhas)

Com brincos ou sem adornos, amo tuas lindas orelhas.
Nobres, apontadas pelas setas das tuas sobrancelhas.
Mapa do corpo nos pontos invisíveis da acupuntura,
Comportando o teu organismo inteiro em miniatura.

Concha acústica desenhada em ondas delicadas.
Alvo de todas as minhas declarações apaixonadas.
Passiva, recebendo os sussurros de minhas propostas.
Prometendo prazer, profundo e intenso, como gostas.

Acesso por onde meu verbo te incita e convence.
Onde a língua passeia úmida, atrevida e quente.
O epicentro do arrepio que te recobre a pele toda.

E desperta o teu desejo ardente, instintivo de loba.
Teu corpo todo, encostado no meu, reage fremente.
E todos os outros sentidos se aguçam incandescentes.

Friday, May 16, 2008

Reflexão LXIII (as coxas)

Como meus sonetos, o amor feito nas coxas,
Pode até parecer que seja uma prática ruim.
Mas não concordo. Acho muito gostoso, sim.
É bom prensar a amada e deixar marcas roxas.

Em pé, nas ruas, nos muros e cantos escuros,
Sentindo a maciez da pele e do corpo que afrouxas.
Um amor nervoso, pouco entendido pelos trouxas,
Desafiante, costumeiro de lugares pouco seguros.

Feito no atrium do templo majestoso do teu corpo.
Com urgência, sem detalhes, sob o domínio da ânsia
Poema de versos tortos e verbos sem concordância.

Desejo inquietante que não pode esperar.
Perfeito em tudo no que diz respeito a te amar
Em qualquer lugar, em qualquer circunstância.

Wednesday, May 14, 2008

Reflexão LXII (os joelhos)

Lógico que fazem parte das pernas, correto.
E porque admitem a flexão, que é essencial,
Merecem um tratamento diferente, especial.
Marcam o início das coxas, no caminho certo.

Sem eles, as pernas não teriam nenhum sentido.
Os movimentos que permitem essas dobraduras,
Proporcionam ao casal equalizar suas estaturas.
Cumprem a função de não deixar nada retorcido.

Fiel facilitador das mais imaginativas posturas,
Fazem dos seres humanos, graciosas criaturas.
Na reverência divina ou profana, seja como for,

Joelhos são peças vitais no bom jogo do amor.
A mulher ajoelhada é uma deusa a seu dispor.
E é de joelhos que se realizam boas diabruras.

Monday, May 12, 2008

Reflexão LXI (as pernas)




Meu pai dizia brincando que: podem ser bonitas,
Mas é a primeira coisa que você põe de lado...
Adolescente, entendia e achava muito engraçado...
Mas me atraiam bastante as pernas das “lolitas”.

A pernas cruzadas são potentes armas de sedução.
Esguias, bem torneadas, cobertas de pelinhos louros.
As negras sedosas, as musculosas, atiçam a paixão.
As orientais, mais baixas, são verdadeiros tesouros.

São as pernas que te trazem a mulher amada.
Ansioso, esperando a hora que foi marcada.
Merecem um carinho especial quando chegam.

Esse lindo atrativo feminino muitos desejam.
Pra mim, que sou demasiadamente interesseiro,
Depois do amor, vira um suave e doce travesseiro.

Wednesday, May 07, 2008

Reflexão LX (os pés)

(foto de Cleópatra - SP)

Adorados pezinhos que maltratam meu coração.
Tatuados ou não, em sandálias ou em cima do salto.
Unhas coloridas pintadas do mindinho ao dedão
Macios, mostrando os ossinhos e cheirando a talco

Gosto de massagear os dedinhos com carinho.
Passar a ponta dos dedos na sola devagarinho,
fazendo a mulher amada puxar o pé e rir divertida.
Adivinhando que minha intenção é mais pervertida.

O pezinho é só o começo, é por onde inicio o domínio.
Beijo com carinho, mordo o dedinho, dou uma lambida.
E como a planta cresce é pela raiz, vou fazendo a subida.

O pé, a base de tudo, informa que tipo é a mulher.
Refletem o corpo inteiro, os órgãos e os caracteres.
Confirma a medicina oriental. Adoro só os das mulheres.

Tuesday, May 06, 2008

Reflexão LIX (o punheteiro)

Desperto do sonho de pau duro, com tesão.
Com ela ainda na mente, busco alívio com a mão.
Mesmo estando muito distante, querida, meu amor.
Minha imaginação traz para bem perto, o teu calor.

Minha mão te busca longe e te faz presente
Imitando grosseiramente tua boceta quente.
Na cama onde você deitou ainda tem teu cheiro
E eu me recordo menino trancado no banheiro.

Desencanado com essa história de ser punheteiro,
Lia “catecismo” e “comia” revista de mulher pelada
Tinha tesão até por calcinha no varal pendurada

Na escola, vivia espionando o banheiro feminino.
Sem saber era devoto de Onan, o bíblico, o divino.
Mas, hoje, a saudade, te faz a minha homenageada.

Friday, May 02, 2008

Reflexão LVIII (a boceta)

Salve linda boceta, portal da humanidade.
Tua quente presença me faz mais viril.
De pau duro, penetro firme e sem piedade.
E exclamo contente: “que delícia, puta que pariu”.

Luva visguenta que a todos os calibres agüenta
E cujo vizinho é o apertado e enrugado cuzinho.
O grelinho é a cerejinha que enfeita o pastelzinho
Na rola entumescida, a bunda faz a descida e senta.

Pentelhuda, style ou raspadinha, eu caio de boca.
De língua, dentes e dedos. Beliscão, tapa e aperto.
Arrocho, puxão de cabelo, chupão e surra de rola.

O cú também não escapa porque é uma via oca.
E o caralho faz grande distinção, sentindo o aperto.
Justo não é certo, certo não é justo. Mando ver a rola.