Wednesday, July 30, 2008

Reflexão LXVIII (Esse Viver)

Esse viver assim
É que me faz sonhar
Em um barco navegando
No profundo azul do mar

Lá para dentro da terra
Tem mistério mais fecundo
Que a humanidade no mundo
Nunca desejou a guerra

A vida me foi dada
Pelo criador do mundo
Tudo me foi emprestado
Eu devolvo num segundo

Esse viver assim
É que me faz amar
A força da natureza
Que eu respiro no ar

O sol ensina a vida
A nunca terminar
A semente quando morre
Já começa a germinar

Se Deus me fez assim
Posso desejar profundo
Criar no pensamento
Um novo Ser no mundo.

Friday, July 25, 2008

Meu Totem

Quem me visita, vê no pórtico de entrada da minha casa, o meu totem.

São imagens que descrevem em que acredito, no que estou comprometido e os juramentos que fiz.

Art é a primeira imagem. Porque sou artista. Escrevo, pinto quadros. Expresso minha sensibilidade.

A segunda imagem é o símbolo da Anarquia. Pode parecer estranho. Mas acredito na Anarquia em essência. Não nos significados impostos injustamente a essa utopia.

A terceira imagem é a de um cavaleiro templário. Fiz os juramentos da Tradicional Ordem Martinista. E a espada que reluz no altar se reverte na espada em cruz que recebi e trago na mão, obediente aos mandos da via cardíaca, sendo um homem de desejo.

A quarta imagem é o símbolo da maçonaria. Sou pedreiro buscando polir minha pedra bruta. Submetendo minhas paixões. Cavando masmorras ao vicio e erguendo templos à virtude.

A quinta imagem é a cruz rosacruz hermética. Prometi e recebi de volta a promessa que me emociona cada vez que relembro a voz do Mestre enumerando as recompensas do trabalho silente e reflexivo.

A sexta imagem é um hexagrama, circundado por 12 ohms nos triângulos criados, fechados em três círculos concêntricos, com meu nome no interior. Minha proteção cabalística.

Finalmente, a sétima imagem é uma escultura em ferro negro, representando a minha divindade do candomblé, Ogum, com sua guia de contas azuis escuras fechadas com uma pedra branca e dourada.

Há quem ache que não se coadunam os símbolos expressos por essas imagens, que são dissonantes entre si. Mas acredito em cada uma delas e acho que são complementares. A arte tudo engloba, pois a criação é universalmente divina. A opção pela anarquia é minha maneira de não ser conduzido, pelo menos enquanto homem em essência, alma livre, repudiando a submissão dos rebanhos. As três Ordens a que pertenço são caminhos similares e complementares. Minha busca pessoal da comunhão com o Cósmico Criador. O Deus do meu coração. O Grande Arquiteto do Universo. A Cabala, o uso prático da linguagem perfeita e maravilhosa dos símbolos, antigos e imutáveis porque expressam a Verdade. E minha divindade tribal é o corolário de minha condição de humano no planeta. Definindo minhas idiossincrasias com as características do Orixá. Ecce Homo.

Wednesday, July 23, 2008

Linha Ocupada

Sonekka & Reyex

Tudo o que eu queria ouvir era você chegar.
Mas o dia frio passou sem você me chamar,
O telefone nem tocou.

Ah, se for assim, eu não vou mais te amar.
Não vou mais te atender quando você ligar.
Eu finjo que não estou.

Mas, toda hora eu ligo pro teu celular
O sinal de ocupado me traz calafrio
Onde você está?

Vem depressa, apareça, que eu só quero te amar
Sou apaixonado e você vê, que tal me procurar?
Sem você, eu quero me matar
Sem você, eu acho que vou me render
Sem você, eu vou tomar chá de pirlimpimpim
Sem você, eu não sou mais que a sombra do que você vê.
Sem você.
Sem você.

Vacilona

Dm7 Bm7
Não, não me procure, você não vai me achar.
Dm7 Bm7
Você se acha esperta, tenta me enganar
Em7 A7
Tantas vezes eu quis te deixar....

Não, não me procure, você não vai me achar.
Agora é muito tarde pra se desculpar
Tantas vezes eu quis te avisar...

(voz) Estilo rap
(G)
Tomou nocaute vacilona,
Acabou beijando a lona.
Se liga agora mulher,
Para você não tem colher.
Se liga que a vida não é,
Como você pensa que é.
Se liga que a vida passa.
O que você faz é trapaça.
Eu acho é graça.
No pagode, qualquer neguinho te abraça,
Se liga no futuro,
Tu se amarra só em cara duro
Camelô, Gigolô.
Bandido cu de burro....
Não garante um teto
Meu papo é reto
Eu falo o que pinta,
Viajo a 130.
Acabou a emoção
Por você perdi o tesão.

Toma vacilona

Não, não me procure você não vai me achar...

Tuesday, July 15, 2008

Mané.

O nome dela era Maria Anita Jorge. Estudou comigo na USP. Anita era a mulher mais bonita da faculdade. Linda. Um sorriso de iluminar quarteirão. Um corpo mais que perfeito. Inteligente. Alegre. Foi capa da revista playboy no natal não sei de que ano.
Nua, de costas, olhando por sobre o ombro esquerdo, “vestida” com uma touca de papai noel e um saco vermelho no ombro direito que, acredito, ninguém notava, já que seus atributos eram incrivelmente muito mais chamativos que qualquer outra coisa. Antes da foto, porém, eu me apaixonei por ela. Ficava esperando ela chegar na lanchonete ao lado do restaurante do CRUSP para “casualmente” encontrá-la. Um dia, ela chegou chorando, reclamando de um namorado argentino que a tinha traído com um amigo nosso, o Marinho. Pô, que situação. Tentei consolá-la mas sequer imaginava o que dizer. Era estranho o fato do Marinho, quem diria, ter se relacionado com o namorado dela. Uma semana depois, mandei pra ela um poema e depois liguei dizendo que era apaixonado por ela.
- Puxa Reyex, que bacana o que você escreveu. Fiquei feliz. Bom esse seu sentimento por mim. Assim a gente pode se conhecer mais profundamente...
Ela, então, me convidou pra ir visitá-la num apartamento na Santa Cecília que dividia com mais duas amigas. Marcamos e no dia, com as mãos geladas e o coração aos saltos, fui até a casa dela. Perto de lá, parei num supermercado pra comprar uns bombons de presente. Acabamos nos encontrando no supermercado. Ela riu da coincidência e adorou os bombons. No apartamento dela, as amigas riam na cozinha. Depois, foram embora nos deixando a sós. Na saída, uma delas desejou boa sorte. Ela fechou a porta e nos sentamos numas almofadas no chão no canto da sala. Ficamos conversando, não me lembro o quê. Eu estava hipnotizado. Ela era bonita demais. Cheirosa demais. Maravilhosa demais. Tudo era demais. O tempo passou. Ela então, impaciente, me mostrou fotos dela, nua, numa praia. Fiquei sem ação. O tempo passou. Nada rolou. Ela fez um chá, tomamos e já era hora de ir pra faculdade. Eu querendo que o tempo voltasse. Saímos juntos. No caminho dei um abraço nela. Ela riu e disse: outro dia, com certeza. Depois, o destino nos separou definitivamente com uma longa viagem dela, de onde voltou casada com um médico. Só agora, depois de tanto tempo, tenho coragem de confessar o que não fiz. Se arrependimento matasse... Tempos depois a vi na TV Record como âncora num noticiário. Soube que ela teve uma filha que se chama Ceres... nunca mais consegui contato com ela. Nunca mais. Mané.

Tuesday, July 01, 2008

Reflexão LXVII (os braços, são eles)

Os responsáveis pelo seu abraço delicioso, são eles,
Que nos ancoram em nossas fúrias de paixão, são eles,
Tentáculos do amor que estreitam nossa intimidade, são eles,
Que atestam que estou envolvido por inteiro por você.
São eles que deixam você ao alcance das minhas mãos.