Tuesday, May 20, 2008

Reflexão LXIV (as orelhas)

Com brincos ou sem adornos, amo tuas lindas orelhas.
Nobres, apontadas pelas setas das tuas sobrancelhas.
Mapa do corpo nos pontos invisíveis da acupuntura,
Comportando o teu organismo inteiro em miniatura.

Concha acústica desenhada em ondas delicadas.
Alvo de todas as minhas declarações apaixonadas.
Passiva, recebendo os sussurros de minhas propostas.
Prometendo prazer, profundo e intenso, como gostas.

Acesso por onde meu verbo te incita e convence.
Onde a língua passeia úmida, atrevida e quente.
O epicentro do arrepio que te recobre a pele toda.

E desperta o teu desejo ardente, instintivo de loba.
Teu corpo todo, encostado no meu, reage fremente.
E todos os outros sentidos se aguçam incandescentes.

No comments: