Thursday, November 22, 2007

Reflexão XLVII (ônibus)

O Poeta, todo mundo sabe, viaja de ônibus.
Sem opção, não é o transporte que o seduz.
Viaja em pé, apertado e sendo sacudido.
Agüenta solavanco, mau hálito e sovaco fedido.

Sentado ao lado de gente cheirando a cigarro.
Faz anos que não consegue comprar um carro.
Educado, cede seu lugar às pessoas mais idosas.
Raramente aparecem mulheres bonitas ou gostosas.

O motorista que conduz parece o governo de estado.
Serve a um senhor invisível e trata o povo como gado.
Descarrega sua raiva nos passageiros, o infeliz...

É duro esperar sob chuva e sol feito um estafeta
Só na Colômbia o cara que espera deve ser feliz
Lá, o ponto de ônibus, é “paradero de busseta”.

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